30/11/2007

Omnibus Dubitandum

Andamos por aí buscando colar rótulos nas pessoas.
É o chato, o fresco, o tarado, a “igual à mãe” (só podia, né? Filho de peixe, peixinho é), o bichinha, a PUTA (em alto e bom tom), enfim, não faltam etiquetas para designar as pessoas, que, muitas vezes, por uma única atitude, acabam virando aquilo pra sempre.
À medida que vamos amadurecendo, conhecemos mais gente, mais lugares, mais coisas e mais percebemos que menos sabemos. Aprendemos a apreciar e respeitar as diferenças.
Tenho pena daqueles que se orgulham de dizer, com todas as letras, que tem C-E-R-T-E-Z-A de algo.
É uma tristeza estar atrelado a convicções. O crescimento está justamente na dúvida.
Uma das coisas úteis que aprendi na faculdade de direito, nas aulas do Prof. Luis Viana, foi a importância da dúvida: Omnibus Dubitandum.
De tudo duvidar, sobretudo das nossas próprias (in)verdades.

27/11/2007

Coisas que eu gostaria de ter escrito

Deserto sentimental
Afinal onde foram parar os encontros?
Olho em minha volta e naufrago em meio a desencontros.
São barcos à deriva com velas e sem ventos.
Ventos que sopram sem velas para acolhê-los.
Braços que querem nadar e não chegam a rios ou mares.
Abraços que não encontram destino.
Navios cheios de passageiros cegos, surdos e mudos. Autistas!
Viajantes desejando partir não encontram suas embarcações.
Canoas sem remos e remos sem remadores.
Malas e sacolas sem donos jogadas no cais...
Afinal, onde foram parar os encontros?

By Lena Lebram - FLUPS! em novo endereço - http://www.liciafabio.com.br/flups.asp

Pousando em Salvador

1ª impressão: O mar abençoou essa terra.
2ª impressão: Favela, favela, favela, favela...

14/11/2007

Things I love


Oba! Na casa nova tem jardim.
Tô ansiosa para enchê-lo de plantas, com a ajuda de D. Lena, minha assessora para quase todos os assuntos.
"Fuçando" a net, encontrei um site da Casa & Jardim do qual gostei muito:
Essa fotinha foi tirada de lá e me fez lembrar de algo que escrevi há algum tempo e que trago "pra cá pra cima", porque tem tudo a ver com o momento. Aliás, tem tudo a ver, sempre!

Casa dos sonhos
A minha casa dos sonhos abrigará um jardim de inverno, lareira e bules de chá.
Na minha casa dos sonhos haverá um casal de Golden Retrivers e crianças em escadinha.
As cores serão vibrantes, pra espantar a letargia.
Da cozinha exalará cheirinho de comida saudável e saborosa, temperada com ervas caseiras e elaborada com muito carinho.
Nos quartos, reinará o amor e na sala brindaremos com vinho e simplicidade a presença dos amigos mais queridos.
A música preencherá todos os ambientes, mudando de acordo com o humor da gente.
Haverá biblioteca, onde guardaremos alguma sabedoria e os nossos recuerdos. Na parede, o mapa mundi sempre evidenciará a nossa pequenez e a grandeza do quanto falta por conhecer.
A casa não necessariamente será matéria, mas os sonhos serão constantes e a realidade, em qualquer espaço, harmônica e feliz.

E por falar em passarinho...

Tem uma história muito bonitinha na minha família.
Meu tio Mendes, quando criança, costumava freqüentar a casa de sua tia Edith, na Vitória.
Cercada de árvores e flores, a casa atraía toda qualidade de pássaros, que vinham se alimentar e, saciados, batiam as asas, seguindo o seu destino.
Tio Mendes ficava impressionado com aquilo, tendo perguntado, em uma ocasião, porque os passarinhos iam embora.
Como educadora que era, a tia esmerou-se em lhe explicar o ciclo de vida das aves. Revelou que, enquanto estavam no ninho, a mamãe ensinava o seu filhote a se alimentar e a voar e que, quando estava apto a executar essas tarefas sozinho, o pássaro se independizava, alçando o seu vôo solo.
Diante de tal explanação, tio Mendes, reflexivo, comentou:
“Titia, que eu fosse um passarinho, nem que soubesse voar, saía de perto de mamãe”.

12/11/2007

Se eu fosse ela, casava

Onde há faísca, há fogo

Mando faíscas, pra reavivar o fogo
O coração, a alma
Pra fazer bombar nas veias
O sangue quente da poesia, da canção
Uma saudade,
Dos acordes, das imagens
Uma queixa,
Uma deixa,
Levada pelo vento...

Bolha

Já eram sucesso em São Paulo.
Agora chegam com força total a Salvador os Residential Resorts.
Morar em um deles virou sonho de consumo.
Todos querem uma piscina de milhares de m2, uma mega pista de jogging e quadras esportivas para todos os gostos.
Realmente, impressiona!
Não é preciso sair de lá para nada: tem videoteca, ludoteca e tudo que é teca.
Tem até arrumadora de armários, para as senhoras que não sairão do condomínio, mas não terão tempo de pôr em ordem o seu farto guarda-roupa (estarão no beauty center, no spa, no home theater, no fitness club, na sala gourmet... Ufa! Que canseira!)
Um mundo à parte. Uma verdadeira bolha, alheia à arquitetura da cidade, às diferenças sociais, aos altos e baixos da vida.
Tamanha magia tornará as famílias perfeitas: com tantos mimos, as mulheres serão irretocáveis e os homens serão todos parecidos com o Marcello Antony.
E as crianças criadas na bolha?
Não conhecerão o medo, nem a rosa.
A poesia ou a prosa.
Não empinarão pipas e talvez nunca pisem na areia da praia.
Ficarão chocadas ao ver meninos descalços jogando bola nos campos de barro.
Assistirão a vida passar pela televisão.
Bem-vindos ao Show de Truman!

05/11/2007

Sobre mães e choros

Mães têm uma maneira especial de fazer curar o pranto.
- "Uma menina tão cheirozinha assim não pode chorar!"
Sorri.

Ainda sobre Tropa de Elite

O que será que os bandidos acharam do filme?