06/12/2006
03/11/2006
"Uareva"
Há palavras que não têm equivalente no português.
Uma delas é a muito usada no idioma inglês: Whatever.
Segundo o Michaelis, em português significa:
1 qualquer que; 2 tudo o que, tudo quanto; 3 por mais que.
Entretanto, na realidade serve para arrematar estórias sem nexo ou não concluídas, substituir um “tanto faz” quando não se tem certeza se optar por ensopado ou moqueca ou simplesmente para demonstrar aquele desdém diante de alguma narrativa desinteressante.
Apesar de avessa ao estrangeirismo, como boa libriana, abuso desse neologismo, que já foi incorporado ao meu dicionário, adaptado porém ao bom tom do nosso idioma.
UAREVA...
Uma delas é a muito usada no idioma inglês: Whatever.
Segundo o Michaelis, em português significa:
1 qualquer que; 2 tudo o que, tudo quanto; 3 por mais que.
Entretanto, na realidade serve para arrematar estórias sem nexo ou não concluídas, substituir um “tanto faz” quando não se tem certeza se optar por ensopado ou moqueca ou simplesmente para demonstrar aquele desdém diante de alguma narrativa desinteressante.
Apesar de avessa ao estrangeirismo, como boa libriana, abuso desse neologismo, que já foi incorporado ao meu dicionário, adaptado porém ao bom tom do nosso idioma.
UAREVA...
30/10/2006
Vamos fugir?
FUGA
De repente você resolve: fugir.
Não sabe para onde nem como
nem por quê (no fundo você sabe a razão de fugir; nasce com a gente).
É preciso FUGIR.
Sem dinheiro sem roupa sem destino.
Esta noite mesmo. Quando os outros
estiverem dormindo.
Ir a pé, de pés nus.
Calçar botina era acordar os gritos
que dormem na textura do soalho.
Levar pão e rosca; para o dia.
Comida sobra em árvores
infinitas, do outro lado do projeto:
um verdor
eterno, frutescente (deve ser).
Tem à beira da estrada, numa venda.
O dono viu passar muitos meninos
que tinham necessidade de fugir e
compreende.
Toda estrada, uma venda
para a fuga.
Fugir rumo da fuga
que não se sabe onde acaba
mas começa em você, ponta dos dedos.
Cabe pouco em duas algibeiras
e você não tem mais do que duas.
Canivete, lenço, figurinhas
de que não vai se separar
(custou tanto a juntar).
As mãos devem ser livres
para pessoas, trabalhos, onças
que virão.
Fugir agora ou nunca. Vão chorar,
vão esquecer você? ou vão lembrar-se?
(Lembrar é que é preciso,
compensa toda fuga.)
Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Biblia?
Você não vai saber. Você não volta
nunca.
(Essa palavra nunca, deliciosa.)
Se irão sofrer, tanto melhor.
Você não volta nunca nunca nunca.
E será esta noite, meia-noite.
Em ponto.
Você dormindo à meia noite.
(Carlos Drummond de Andrade)
De repente você resolve: fugir.
Não sabe para onde nem como
nem por quê (no fundo você sabe a razão de fugir; nasce com a gente).
É preciso FUGIR.
Sem dinheiro sem roupa sem destino.
Esta noite mesmo. Quando os outros
estiverem dormindo.
Ir a pé, de pés nus.
Calçar botina era acordar os gritos
que dormem na textura do soalho.
Levar pão e rosca; para o dia.
Comida sobra em árvores
infinitas, do outro lado do projeto:
um verdor
eterno, frutescente (deve ser).
Tem à beira da estrada, numa venda.
O dono viu passar muitos meninos
que tinham necessidade de fugir e
compreende.
Toda estrada, uma venda
para a fuga.
Fugir rumo da fuga
que não se sabe onde acaba
mas começa em você, ponta dos dedos.
Cabe pouco em duas algibeiras
e você não tem mais do que duas.
Canivete, lenço, figurinhas
de que não vai se separar
(custou tanto a juntar).
As mãos devem ser livres
para pessoas, trabalhos, onças
que virão.
Fugir agora ou nunca. Vão chorar,
vão esquecer você? ou vão lembrar-se?
(Lembrar é que é preciso,
compensa toda fuga.)
Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Biblia?
Você não vai saber. Você não volta
nunca.
(Essa palavra nunca, deliciosa.)
Se irão sofrer, tanto melhor.
Você não volta nunca nunca nunca.
E será esta noite, meia-noite.
Em ponto.
Você dormindo à meia noite.
(Carlos Drummond de Andrade)
26/10/2006
11/10/2006
12/09/2006
Aquecimento para BA
"Dentro da gente há um outro que perseguimos durante toda a vida.
Penso que é importante a busca permanente de tudo que está do outro
lado do visível e do que chamamos de realidade".
Cortázar
Penso que é importante a busca permanente de tudo que está do outro
lado do visível e do que chamamos de realidade".
Cortázar
21/08/2006
Sou eu assim sem você
Eu mando mensagens telepáticas
Mas suas antenas já não as captam
Espalho cores
Mas seus olhos só enxergam em P&B
Eu grito
Palavras ao vento
E você segue assim, sem prestar atenção
Nas minhas pistas, na minha poesia
Inócuas, sem resposta
Aí eu fico muda, cinza
E só
Mas suas antenas já não as captam
Espalho cores
Mas seus olhos só enxergam em P&B
Eu grito
Palavras ao vento
E você segue assim, sem prestar atenção
Nas minhas pistas, na minha poesia
Inócuas, sem resposta
Aí eu fico muda, cinza
E só
14/08/2006
Sonho
Eu ainda sonho com usar a criatividade
Com balançar os meus cabelos ruivos
Com tocar um instrumento na estação de metrô
E carregá-lo por toda a cidade
Com costurar almofadas e pintar quadros
Com interpretar uma personagem a cada dia
Com entrar em cafés e antiquários
Descoloro os cabelos
O peeling renova a minha pele
Mas por trás dessa máscara:
The same old girl
Lá com seus contratos!
Com balançar os meus cabelos ruivos
Com tocar um instrumento na estação de metrô
E carregá-lo por toda a cidade
Com costurar almofadas e pintar quadros
Com interpretar uma personagem a cada dia
Com entrar em cafés e antiquários
Descoloro os cabelos
O peeling renova a minha pele
Mas por trás dessa máscara:
The same old girl
Lá com seus contratos!
Haces falta
Si tú no estás aquí
Me siento en un vacuo
Vacío, helado
Me resuenan tus palabras en la mente
Me arde el pecho
Me revuelve el estomago
Cierro los ojos y finjo que te tengo frente a mí
Veo tu rostro
Tus ojitos apretados
Siento tu piel aterciopelada
Aiiiiiii! Quisiera verte
Quisiera sentirte
Solo una vez más...
Solo una vez más...
Me siento en un vacuo
Vacío, helado
Me resuenan tus palabras en la mente
Me arde el pecho
Me revuelve el estomago
Cierro los ojos y finjo que te tengo frente a mí
Veo tu rostro
Tus ojitos apretados
Siento tu piel aterciopelada
Aiiiiiii! Quisiera verte
Quisiera sentirte
Solo una vez más...
Solo una vez más...
11/08/2006
07/07/2006
Ausencia
(Jorge Luis Borges)
Habré de levantar la vasta vidaque aún ahora es tu espejo:
cada mañana habré de reconstruirla.
Desde que te alejaste,
cuántos lugares se han tornado vanos
y sin sentido, iguales
a luces en el día.
Tardes que fueron nicho de tu imagen,
músicas en que siempre me aguardabas,
palabras de aquel tiempo,
yo tendré que quebrarlas con mis manos.
¿En qué hondonada esconderé mi alma
para que no vea tu ausencia
que como un sol terrible, sin ocaso,
brilla definitiva y despiadada?
Tu ausencia me rodea
como la cuerda a la garganta,
el mar al que se hunde.
11/06/2006
Pra amenizar a saudade
"Aqueles que passam por nós,
não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós."
(Antoine de Saint-Exupery)
não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós."
(Antoine de Saint-Exupery)
13/05/2006
20/03/2006
08/03/2006
Somebody else
I wanna be somebody else
Not me
Walk alway from myself
Rebuild me
Long hair
Big butt
Red nails
Cruel heart
I want new thoughts
New feelings
I want the wine
To taste different
I want to have faith
Believe in fate
And reinvent me again
Everytime I get sick of me
Not me
Walk alway from myself
Rebuild me
Long hair
Big butt
Red nails
Cruel heart
I want new thoughts
New feelings
I want the wine
To taste different
I want to have faith
Believe in fate
And reinvent me again
Everytime I get sick of me
23/01/2006
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