14/09/2007

Mei lá, mei cá

Uma figura aquele Gilton.
Trabalhava lá na casa de praia.
Cada final de semana que chegávamos, quando perguntado se estava tudo bem, respondia: Mei lá, mei cá!
Deus sabe o que ele queria dizer com aquilo.
Não sei se expressava que a vida andava mais ou menos ou se a resposta refletia o banzo que sentia, por ter deixado a família em Lagarto.
É como se o seu corpo estivesse aqui, e o coração lá. Mei lá, mei cá.
Eu me identifico muito com Gilton.
Em diversas ocasiões vejo a minha alma divagando por outros lugares onde andei.
Há dias em que gostaria de voltar a viver em Barcelona ou em qualquer vilazinha da França ou Alemanha. Há outros em que me sinto aquecida pelo aconchego da família e pela água morninha da Bahia.
Há épocas em que estou convicta de que quero ser uma executiva de sucesso. Há outras em que só penso em ter filhinhos, cozinhar e fazer ponto de cruz.
Ah, e a profissão! Queria ser uma coisa diferente a cada dia: publicitária, jornalista, dançarina do Grupo Corpo ou qualquer coisa que passe bem longe de “excelentíssimo” e “data vênia”.
Um sábio aquele Gilton.
A melhor definição para esse estado de espírito é mesmo mei lá, mei cá.

3 comentários:

Gustavo Ramiro disse...

Lindo post!
Também muitas vezes me sinto "mei lá, mei cá".
Aliás, a famosa frase de Camille Claudel "há sempre algo de ausente que me atormenta" não sai da minha cabeça desde que tinha uns 15 anos, por baixo, encontrada por acaso num dos muitos livros que passeavam lá por casa...
Adorei!
Um beijo.

Anônimo disse...

Nate!!!!!!!!!!!!!! saudades, adorei este espacinho aqui!Vou passar aqui sempre para visita-la!Oh cantinho aconhegante este!Beijos,
Vinhoca

Unknown disse...

Grande Gilton, sábia Nati. Lembra do "aves da mesma plumagem voam juntas"? Hora vôo com elas, hora corro com os lobos. Sempre "mei cá, mei lá". Perfeito, vou anotar no meu caderno de anotar a vida. Cadê você? Bj
tia Sarah