07/03/2005

Espanholização

É quase irritante o fato de que os espanhóis traduzem praticamente tudo para o seu idioma, inclusive os nomes próprios.
Personalidades conhecidas internacionalmente têm a identidade alterada aqui, sofrendo a espanholização dos seus nomes. O príncipe Charles é popularmente conhecido como Príncipe Carlos e seus filhos William e Henry são chamados de Guillermo e Enrique. Será que ao serem aclamados em ruas castelhanas, algum deles se daría conta de que era alvo da admiração do público?
A coisa fica mais divertida quando nos trasladamos ao âmbito dos desenhos animados e histórias em quadrinhos. Em terras hispanas, os Smurfs são Los Pitufos, os famigerados Flinstones são conhecidos como Los Picapiedras, sendo que Fred é Pedro e Barney atende pelo nome de Pablo. Hilária mesmo é a minha última descoberta: constatei nas legendas de X- Men, que aqui, também o nome do popular herói Wolverine passa por uma mutação, transformando-se em Lobezno. Ninguém merece!
A saga segue e o assunto se complica quando chegamos na esfera das bandas musicais internacionais.
Difícil a comunicação ao tentar comprar um disco de uma das mais aclamadas bandas pop do mundo. Ao perguntar em qualquer loja por um CD do U-2, o vendedor inevitavelmente olha com um ar de interrogação, arrematando com um ¨Ahhhhhhh!!! U-DOS!!!¨Um pouco atordoado, você se vê obrigado a concordar que se trata de U-DOS para conseguir o objeto do desejo.
UB-40 é aqui denominada UB-CUARENTA; ao grupo REM não se referem dizendo as iniciais em inglês, como em todo o mundo, mas como se se tratasse de uma palavra española, assim, REM, tal qual, com aquele ¨ERRE¨ bem evidente.
Ouvi dizer por aí que a banda Pink Floyd aquí tem o ¨apelido¨ de Fluidos Rojos e que costumava-se, em um passado mais remoto, referir-se aos insuperáveis Rolling Stones, pasmem, como Piedras Rolantes. Essa barbaridade eu confesso que nunca escutei!
Enfim, eu sou partidária da preservação do idioma, ainda mais tratando-se de uma língua tão rica quanto a castelhana, mas querer trocar nomes próprios é um pouco demais. Catherine será Catherine em qualquer parte do mundo e não Caterina por estar na Espanha.

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