23/11/2005

Uma Aprendizagem ou O livro dos Prazeres

"E o seu amor que agora era impossível - que era seco como a febre de quem não transpira, era amor sem ópio nem morfina. E "eu te amo" era uma farpa que não se podia tirar com uma pinça. Farpa incrustada na parte mais grossa da sola do pé."
Cecília Meireles

21/11/2005

Falta

O que os olhos não vêem,
o coração sente.

30/09/2005

Freios

Quero quitar os freios,
sair cantarolando alto pelas ruas,
skipando como quando criança,
dizer praquela senhora
o quanto o seu sorriso me ilumina cada manhã,
alisar os longos cabelos do menino na esquina,
pedir emprestada a bicicleta pra dar uma voltinha,
apertar as bochechas rosadas do bebê,
provar a cereja exposta na feira,
gritar repetidamente no tunel do metrô,
naquele bem grandão la do Paseo de Gracia,
e ouvir o eco da minha voz.
Mas ela ecoa dentro de mim,
repetindo que ha’ limites.
Que tristes os padrões!
Quero quitar os freios.

01/09/2005

Oscilo

Oscilo
Entre o sim e o não
Vacilo
Entre corpo e alma
Duvido
Entre ir e vir
Hesito
Movo-me alternadamente
Em sentidos opostos
Rumo ao centro de mim mesma

31/08/2005

Ainda sobre conexão...

Folhas conexas: diz-se das folhas cujas pétalas opostas são unidas pela base.

Almas conexas

O espaco separa:
Oceano atlantico.
O tempo distancia:
Aqui são 7, la 2
Unem-se os dedos nos teclados
Olhos nos monitores
Se encaram
Buscas perdidas nos icones,
nos sites,
nos bares da esquina, onde nao estas
Encontros não marcados
Corpos desencontrados
Almas conexas

23/08/2005

Misfit

Eu não sou daqui
Eu não sou de lá
Eu não sou de nenhum lugar
Sou eu sozinha na multidão
Sou eu, acompanhada da solidão
Sou eu e meu Jukebox
Caminhando ao som de Piazzola
Vagueando segundo a melodia do seu acordeon
Passos ao rítmo de Pass
Equilibrando-me no fio da voz de Cesária Évora
Sou eu amassando a massa do bolo com as mãos,
Sem raiva ou indignação
Sou eu e a minha xicara de chá
Que nao deixa borra, apontando o destino
Nem reflete o meu rosto cansado
Assisto, do alto, as pessoas passarem apressadas
Os punks, hippies e velhinhos
As putas, patricinhas e mauricinhos
Evidencia-se a sensação de não pertencer

20/08/2005

Projetos imediatos

. Ser mais leve.
. Viver e satisfazer-me com o presente, sem condicionamentos futuros.

17/08/2005

Sabedoria materna

- Filha: Será que a instituição do casamento esta fadada ao fracasso?! Cada vez dura menos!
- Mãe: É natural: o mundo cresceu demais e não cabe mais numa estrutura pequena, como é a familiar, portanto se a relação não tiver um espectro muito amplo, sucumbe diante da grandeza do mundo e anseios das pessoas.

11/08/2005

Falsa cidadã do mundo

Ela se crê cidadã do mundo,
mas, pisando nas pedras da Côte Dazur,
sente falta de caminhar na areia fofa de arempebe .
Frequenta cafes parisinos,
Mas adora sentar em qualquer boteco em Itapuã.
Bebe horchata,
mas prefere agua de coco.
Mergulha em aguas mediterrâneas,
sonhando com o banho morninho do Porto da Barra.
Se comunica em distintos idiomas,
mas se expressa melhor em bom baianês.
Trabalha em multinacional,
pensando com nostalgia naquele escritoriozinho tão familiar.

Tem amigos espalhados pelo mundo,
mas sente muita falta daqueles que cresceram com ela.
Proclama independência,
mas quer colinho de papai.

Sorri diante da oportunidade de conhecer o mundo,
mas chora de saudade.
Ora, nao passa de uma provincianazinha metida a besta.

Questionamento

Por que vivemos querendo transformar o sonho em realidade
e não cogitamos transformar a realidade em sonho?!

26/07/2005

Stupeur et tremblements

" ... El problema de las personas de mi especie es que si nuestra inteligencia no interviene, nuestro cerebro se duerme.."
Amelie Nothomb

13/07/2005

Mais uma de saudade

Brigitte Bardot (zeca baleiro)

a saudade
é um trem de metrô
subterrâneo obscuro
escuro claro
é um trem de metrô
a saudade
é prego parafuso
quanto mais aperta
tanto mais difícil arrancar
a saudade
é um filme sem cor
que meu coração quer ver colorido
a saudade
é uma colcha velha
que cobriu um dia
numa noite fria
nosso amor em brasa
a saudade
é brigitte bardot
acenando com a mão
num filme muito antigo

Dupla personalidade

Sera que na sua mente eu sou diferente do que sou em carne e osso?

12/07/2005

Em construção

"Life isn't about finding yourself.
Life is about creating yourself".

Bernard Shaw

Certa feita

Não mandarei fotos novas
Guarde a minha imagem naquele dia
Aquele olhar, aquele sentimento e o gosto das lagrimas
Me retenha com aquela intensidade
Porque todos os dias o mundo me transforma
E eu temo ja não ser
O que aquele dia fui
Com toda verdade

07/06/2005

Para um pai distante

Papia,

Esses dias tem sido difíceis!

Tudo anda um pouco turvo. Incerteza, dúvidas, inseguranças, saudade…

Os sentimentos se misturam numa receita indescifravel. Vira braile, código morse… e por mais que eu encare fixamente o panorama, não consigo decifrar a mensagem.

Dos muitos caminhos que se apresentam, não sei por onde seguir…

Nesse furacão, aflora a menina em mim e entre todas as dúvidas, evidencia-se uma certeza : eu quero colinho de papai!

Te amo!

10/05/2005

Pra que mais?

O segredo de aborrecer é dizer tudo.

06/05/2005

Geringonça

Dukakutuga
Usavaski
uokisontem
dio o diu
assinaontem
assinahoji
novehora?

04/05/2005

Anúncio

Busca-se um trabalho inspirador.

26/04/2005

Cirque du Soleil

Adentrar o toldo do Cirque du Soleil é tranportar-se para um mundo de sonhos e fantasia. Tudo é tão cuidado e perfeito que parece quase irreal e as peripércias encenadas pelo elenco alcançam um nivel tal que parecem desafiar as leis da natureza. Se chega a questionar se aquilo não é algum tipo de mágica ou ilusão de ótica e se as figuras ali presentes são realmente seres humanos.

O espetáculo Dralion é uma fusão entre o tradicional circo chinês e a proposta avant-garde do Cirque du Soleil. O nome tem origem nos dois principais símbolos do ¨show¨: o dragão, representando o leste e o leão, o oeste. A inspiração vem da filosofia oriental de harmonia entre homem e natureza.

Se você já foi a qualquer outro circo: esqueça. O Cirque du Soleil não tem nada a ver com o que você já viu. Quebra padrões. Todos os conceitos são transformados e inovados.

Se os malabares se fazem normalmente com as mãos, aqui são executados em forma de coreografia, com todas as partes do corpo, por um bailarino que parece ter vindo do além, tamanha a sua agilidade e tão fartos e definidos os seus músculos. Se os personagens costumam sair da cochia, no Cirque eles brotam do chão ou caem do céu, espalhando emoções de parar a respiração. Um jogo tão familiar quanto pular corda é executado por pirámides formadas por até dez pessoas. Dançarinas chinesas apresentam um ballet com as pontas dos pés sobre lampâdas. Em Dralion, o Pas de Deux é aéreo e o casal, enrolado entre tiras de pano, demonstra a sua força e flexibilidade através de doces acrobacias. Isso sem falar no figurino imelhorável, nas cores, que combinam perfeitamente com cada ato e resplandecen nos olhos do espectador e na música ao vivo, sempre impactante.

Do início ao fim da apresentação, nada impresiona pouco e, em diversas ocasiões, quando o olho vacila e consegue, ainda que por alguns segundos, focar algo que não seja o palco, se pode constatar que o publico suspira e algumas pessoas seguram o queixo prestes a despencar de fascinação.

O espetáculo termina e não dá para ficar nostálgico nem querer mais. A apresentação é justo a conta para deixar qualquer um flutuando de emoção e contaminado pela alegria e beleza do circo. Fica a sensação de que ver o Cirque du Soleil tem que ser incorporado à lista do que não se deve deixar de fazer antes de morrer!

22/04/2005

Viva o amor e a liberdade!

¨El congresso aprobó ayer la ley que permitirá casarse a los homosexuales en las mismas condiciones que las personas de distinto sexo... El texto que modifica el Código Civil, sustituirá los términos ¨marido y mujer¨ por ¨cónyuges¨ y ´padre y madre¨ por progenitores¨.

21/04/2005

Recuerdo

¿Un recuerdo es algo que se tiene o algo que se ha perdido?

19/04/2005

A falta

Presença

Meia luz
Multidão dois em um
Barulhinho bom
Cores


Ausência

Penumbra
Solidão entre mil
Silêncio ensurdecedor
Nuvens

Escrito quase glacial (pra não ficar esquecido)

Rotina
Acordo feliz
Apesar do frio
Ao encarar o espelho
Um vazio
Caminho no escuro
Minha alma perdida
Procura abrigo
Se emociona diante da menina que dá adeus
Do casal de velhinhos que caminha cada manhã
Mergulho no trabalho
Esqueço
Entre cubículos e divisórias
Sorrio
Um meio sorriso, incompleto
Vejo um filme bom
Guardo os comentários
Coloco a vida no piloto automático
Vou deixando levar
Pra onde?
Sigo sem rumo
Fecho os olhos
Falta algo
Demoro a dormir

Orgulho

Minha amiga Andreildes tá virando notícia, com espaço garantido no observatório da imprensa.
Confiram o seu artigo, ¨Favela antenada - A TV a cabo da Rocinha¨, em:

15/04/2005

Reflexão sobre a morte - em catalão

¨La mort està tan segura de guanyar que ens dona tota una vida d´advantatge¨.

11/04/2005

Casa dos sonhos

A minha casa dos sonhos abrigará um jardim de inverno, lareira e bules de chá.
Na minha casa dos sonhos haverá um casal de Golden Retrivers e crianças em escadinha.
As cores serão vibrantes, pra espantar a letargia.
Da cozinha exalará cheirinho de comida saudável e saborosa, temperada com ervas caseiras e elaborada com muito carinho.
Nos quartos, reinará o amor e na sala brindaremos com vinho e simplicidade a presença dos amigos mais queridos.
A música preencherá todos os ambientes, mudando de acordo com o humor da gente.
Haverá biblioteca, onde guardaremos alguma sabedoria e os nossos recuerdos. Na parede, o mapa mundi sempre evidenciará a nossa pequenez e a grandeza do quanto falta por conhecer.
A casa não necessariamente será matéria, mas os sonhos serão constantes e a realidade, em qualquer espaço, harmônica e feliz.

Da série: Sessões de baianês ou Assim fala o povo

¨Véi, painho com 60 anos tá totalmente gagá, num reconhece ninguém, só quer saber de ficar no buteco tomano cachaça. Em compensação, voinha, com 97 tá NÍTIDA, NÍTIDA!!!¨

Requiem for a dream

Uma overdose de angustia!
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Darren Aronofsky, baseado em livro de Hubert Selby Jr.
Direção de Fotografia: Matthew Libatique
Direção de Arte: Judy Rhee
Elenco: Ellen Burstyn (Sara Goldfarb)
Jared Leto (Harry Goldfarb)
Jennifer Connelly (Marion Silver)
Marlon Wayans (Tyrone C. Love)
Para mais informação: http://www.requiemforadream.com/

07/04/2005

Sobrenome

Em Salvador impera o mau costume de procurar saber o sobrenome de todo mundo. Se busca identificar a que família alguém ¨pertence¨, no afã de encontrar um atestado de pedigree.
¨Ahhhhh!!! Você é filho de fulano, irmão de sicrano e neto do dono daquela tal empresa que ficava ali em frente ao Lucaia!!!¨
Eu gosto do anonimato daqui. Do fato de que ninguém tem que ser associado aos logros ou fracassos dos seus antescendentes mais longíquos. Não me relacionam com nada que não seja a minha própria essência e atitudes.
Certa estava minha mãe, quando em determinada ocasião lhe perguntaram a que família ¨pertencia¨ e prontamente respondeu que, na sua, ninguém tinha sobrenome.
Eu vibrei com essa resposta e jamais a esqueci. Sendo da família de Lena, eu tampouco tenho sobrenome. Sou RENATA, NATI ou RENATILDES... e só!! Quem quiser referências que ME investigue, ME descubra...

06/04/2005

Achei isso lindo

Muito pouco ou nada sei sobre Hilda Hilst. Mas nas minhas ¨perambulações¨ pelo Orkut, encontrei no profile de uma amiga a preciosidade abaixo. Ademais, vi que algumas outras pessoas interessantes fazem parte da comunidade que leva o seu nome. Me tocou e incentivou a saber mais sobre a vida e obra dessa gaúcha.
Orkut também é cultura!!!
“Se te pareço noturna e imperfeita, olha-me de novo.
Porque esta noite olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água desejasse escapar de sua casa que é o rio,
e deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo entendo que sou terra.
Há tanto tempo espero que o teu corpo de água mais fraterno se estenda sobre o meu.
Pastor e nauta, olha-me de novo.
Com menos altivez.
E mais atento.“
(Hilda Hilst)

Saudade...

Aqui é ruim mas é bom.
Lá é bom mas é ruim.

Isso disse Tom Jobim quando perguntado se preferia morar em Los Angeles ou no Rio. Acho essa resposta brilhante e, de alguma maneira, me sinto bastante identificada com ela.

Nada mudou

Cortei o cabelo, troquei os óculos, mas a minha vida continua igual!

29/03/2005

27/03/2005

Na rádio da alma

Retiro
Paulinho da Viola

Meu tempo às vezes se perde
Em coisas que não desejo
Mas não repare esse lado
Pois meu amor é o mesmo
Nos momentos de carinho
Eu me desligo de tudo
Nos braços de quem se ama
É fácil esquecer o mudo
Às vezes eu me retiroE nada me faz sentido
Só há um canto na vida
Aonde eu me refugio
Afasta as sombras que eu vejo
Nos teus olhos tão aflitos
Você conhece minh’alma
E quando quer me visita

Esconderijo

Tenho sentimentos que escondo de mim mesma.

24/03/2005

?¿?¿?¿?¿?¿

Minha cabeça está povoada de interrogações.

23/03/2005

Cadê o sono?

Há dias perdi o sono.
E não consigo encontrá-lo em nenhuma posição.

Reticência

As reticências me perseguem
Vêm detrás das minhas palabras
Dos meus pensamentos
Silencio voluntariamente
Obstinadamente
Reticente
Me permito calar
Já não quero revelar
Caminho sobre uma série de pontos – nem sempre em linha
Insinuando
Omitindo
Querendo dar continuação
A uma história (não) acabada

22/03/2005

Sessões de baianês ou Assim fala o povo

Uma das diversões dos baianos que estamos fora de casa é juntar-nos para fazer sessões intensivas de conversação no nosso idioma preferido: o baianês.

Com a chegada do amigo João Bola, grande observador e apreciador da cultura popular, essas sessões tendem a intensificar-se.

Ontem nos saiu a seguinte pérola:

¨Ô vei, na moral aí, eu vou ter que lhe fazê uma auto-crítica… Você é assim… muito na dele, precisa se mexê mais, corrê mais atrás das coisa, tá ligado?¨

21/03/2005

É Primavera!!!

I Wish You Love
English lyrics by Albert A. Beach

I wish you blue birds in the spring
to give your heart a song to sing;
And then a kiss but more than this,
I wish you love.
And in July a lemonade
to cool you in some leafy glade;
I wish you healthand more than wealth,
I wish you love.
My breaking heart and I agree
that you and I could never be.
So with my best,-- my very best
I set you free.
I wish you shelter from the storm,a cosy fire to keep you warm;
The most of all
when snowflakes fall,
I wish you love.

19/03/2005

Despedida do inverno

Relembrando os momentos de frio mais intensos...

Winter Blues

Não, não está tudo azul
I am feeling blue
Falta calor
A chama vai se apagando
Já não sobram as palavras
Que um dia foram, apenas
Na sua ausência, falta tudo
Na sua presença, podem faltar as palavras
Basta o suor
e a sinfonia sincronizada das nossas batidas
I am feeling blue

18/03/2005

A amizade verdadeira

A amizade verdadeira
É como uma colcha velha
Aquece e conforta
É como divã de analista
Onde se encosta para refletir, chorar e rir

A amizade verdadeira

Transcende ao tempo e ao espaço
E transforma três idiomas
Em uma só linguagem

A amizade verdadeira
É paciente
Espera, escuta, respeita
Mas briga também
E perdoa

A amizade verdadeira
É alegria e tristeza
Afasta o pudor e a vergonha
Derruba máscaras

A amizade verdadeira
É transformação
É renovação
E esperança, sempre…

Para mis queridas amigas Lore, Diane (and little Aisha), Carmela y Cynch

17/03/2005

En la pizarra de Pepe

El secreto de la felicidad
no está en hacer siempre lo que se quiere,
sino en querer siempre lo que se hace.

16/03/2005

Também na próxima encarnação

Terei peitos fartos, muita bunda e serei bem burrinha.
A vida certamente será mais fácil!

Complexo de Peter Pan

Crescer é PHODA!

14/03/2005

Na minha rádio

We might as well be strangers
Keane

I don´t know your face no more
Or feel your touch that I adore
I don´t know your face no more
It´s just a place I´m looking for
We might as well be strangers in another town
We might as well be living in a different world
We might as wellWe might as well
We might as wellI don´t know your thoughts these days
We´re strangers in an empty space
I don´t understand your heart
It´s easier to be apart
We might as well be strangers in another town
We might as well be living in a another time
We might as well
We might as well
We might as well be strangers
Be strangers
For all I know of you now
For all I know of you now
For all I know of you now
For all I know

12/03/2005

Frustração

Queria saber tocar violão.
Quiçá na proxima encarnação...

11/03/2005

11-M

Cinco minutos de silêncio.

10/03/2005

Ansiosa

EsperO a primavera, Bandini.

A foggy day, a foggy mind

A foggy day
Com trilha sonora
Ao contemplar o céu
Lembro das palabras de Gershwin
Nas melodiosas vozes de Billie, Ella, Sinatra…

A foggy mind
Caminho, não sob as nuvens, mas debaixo delas
Afogada em pensamentos
Atolada em sentimentos

A foggy day, a foggy mind
Quanto tempo isso pode durar?
Espero um milagre
Desejando que aquele mesmo sol,
Que na letra de Gerwhwin iluminou as ruas de Londres,
Clareie o meu dia e esclareça as minhas idéias

09/03/2005

No se puede huir de si mismo

¨Mientras ignores de qué has de huir, qué has de buscar, qué es necesario y que está de sobra, qué es justo y qué injusto, lo que hagas no será viajar, sino andar errante.
No hay viaje alguno, créeme, que te coloque fuera de la codicia, de la ira, del miedo: si lo hubiera, el género humano lo haría en columna cerrada. Esos males te acosarán y te enervarán, vayas donde vayas, mientras lleves contigo sus causas. ¿Te maravillas de que la fuga no te aproveche? Es que aquello de lo que huyes lo llevas contigo al huir.¨

Séneca, in Cartas a Lucilio.

08/03/2005

Barcelona x Chelsea

Certo estava meu avô, que não tinha muito saco pra jogo de futebol. Na sua lógica, não cabiam 22 jogadores correndo atrás de uma bola. Propunha que se presenteasse cada um deles com um exemplar e que todos fossem pra casa felizes.

Diálogo (sur)real

A: Preciso de férias
B: Imagino. Já faz quase um ano que você gozou, né?
A: É. Faz tempo que eu não gozo.

07/03/2005

Espanholização

É quase irritante o fato de que os espanhóis traduzem praticamente tudo para o seu idioma, inclusive os nomes próprios.
Personalidades conhecidas internacionalmente têm a identidade alterada aqui, sofrendo a espanholização dos seus nomes. O príncipe Charles é popularmente conhecido como Príncipe Carlos e seus filhos William e Henry são chamados de Guillermo e Enrique. Será que ao serem aclamados em ruas castelhanas, algum deles se daría conta de que era alvo da admiração do público?
A coisa fica mais divertida quando nos trasladamos ao âmbito dos desenhos animados e histórias em quadrinhos. Em terras hispanas, os Smurfs são Los Pitufos, os famigerados Flinstones são conhecidos como Los Picapiedras, sendo que Fred é Pedro e Barney atende pelo nome de Pablo. Hilária mesmo é a minha última descoberta: constatei nas legendas de X- Men, que aqui, também o nome do popular herói Wolverine passa por uma mutação, transformando-se em Lobezno. Ninguém merece!
A saga segue e o assunto se complica quando chegamos na esfera das bandas musicais internacionais.
Difícil a comunicação ao tentar comprar um disco de uma das mais aclamadas bandas pop do mundo. Ao perguntar em qualquer loja por um CD do U-2, o vendedor inevitavelmente olha com um ar de interrogação, arrematando com um ¨Ahhhhhhh!!! U-DOS!!!¨Um pouco atordoado, você se vê obrigado a concordar que se trata de U-DOS para conseguir o objeto do desejo.
UB-40 é aqui denominada UB-CUARENTA; ao grupo REM não se referem dizendo as iniciais em inglês, como em todo o mundo, mas como se se tratasse de uma palavra española, assim, REM, tal qual, com aquele ¨ERRE¨ bem evidente.
Ouvi dizer por aí que a banda Pink Floyd aquí tem o ¨apelido¨ de Fluidos Rojos e que costumava-se, em um passado mais remoto, referir-se aos insuperáveis Rolling Stones, pasmem, como Piedras Rolantes. Essa barbaridade eu confesso que nunca escutei!
Enfim, eu sou partidária da preservação do idioma, ainda mais tratando-se de uma língua tão rica quanto a castelhana, mas querer trocar nomes próprios é um pouco demais. Catherine será Catherine em qualquer parte do mundo e não Caterina por estar na Espanha.

Enquanto isso lá na Bahia...

Eu cá, comendo bolinho com chá e lá, domingo é dia de acarajé com cerveja.

Que saudade... Especialmente de ouvir aquela clássica pergunta da baiana:
¨Capricha na pimenta, coisinha?¨

Domingo Caseiro

Bolo de especiarias
2 xícaras (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) de margarina
3 ovos inteiros
3/4 xícara (chá) de leite
1 colher (café) de cravo em pó
1 colher (café) de canela em pó
1 colher (café) de gengibre em pó
1 colher (café) de café
2 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento
1 colher (sopa) de chocolate em pó
Bata no liquidificador o leite, os ovos, a margarina, as ameixas e o açúcar. Em uma tigela, coloque o restante dos ingredientes da massa, junte a mistura do liquidificador e misture bem. Leve ao forno para assar pré aquecido (180ºC) em forma de canudo untada e polvilhada por aproximadamente 30 minutos.
Acompanhado de chá, é o que há!

06/03/2005

Complexo de caverna


Não tenho vontade de sair de casa.

Reflexão sobre o tempo


Le temps détruit tout.

Será?

05/03/2005

Carta interceptada

Barcelona amanheceu coberta de neve. É uma cena rara na cidade e, portanto, especial para os barceloneses e agregados. É muito bonito ver a cidade toda branquinha, uma paisagem um tanto bucólica. Mas na verdade eu ando de saco cheio desse frio!!

No caminho pro trabalho: um soco no estômago. Me deparo numa esquina com o corpo desnudo, rígido e imundo de uma ¨homeless¨ que deambula habitualmente pelas ruas do meu bairro (Gràcia). Parecia já ser cadáver, conclusão a que rapidamente cheguei dado o frio da noite passada.

De repente a vejo mexer, e ao mesmo tempo aproximaram-se algumas pessoas que tomaram a frente e telefonaram para os serviços de saúde competentes. Eu, ainda um pouco atordoada, segui com a minha pressa para o trabalho, como todos os dias.

E lá deixei aquela criatura tumbada, acompanhada pelos curiosos. O que terá sido dela? E se ela não morrer hoje, viverá muito mais na solidão, frio e indiferença das ruas?

Já estou melhor da gripe. Porém ando um pouco apática, sem energia e coragem para enfrentar os desafios e obstáculos do caminho. Tento recobrar o fôlego, mas não encontro o ar. Sei que chegará.

Quero fugir pra Marrakesh!

Comprei ingresso para o Cirque du Soleil. Um pouco de fantasia me fará bem!



04/03/2005

Música nos ouvidos

Norwegian Wood

Lennon/McCartney

I once had a girl, or should I say, she once had me.
She showed me her room, isn't it good, norwegian wood?
She asked me to stay and she told me to sit anywhere,
So I looked around and I noticed there wasn't a chair.
I sat on a rug, biding my time, drinking her wine.
We talked until two and then she said, "It's time for bed".
She told me she worked in the morning and started to laugh.
I told her I didn't and crawled off to sleep in the bath.
And when I awoke I was alone, this bird had flown.
So I lit a fire, isn't it good, norwegian wood.

Life is a box of chocolates

Diálogo entre Midori e Watanabe:

¨- Just remember, life is a box of chocolates.
I shook my head a few times and looked at her.
- Maybe I´m not so smart, but sometimes I don´t know what on earth you´re talking about.
- You know, they´ve got these chocolate assotments, and you like some but you don´t like others? And you eat all the ones you like, and the only ones left are the ones you don´t like as much? I always think about that when something painful comes up. Now I just have to polish these off, and everything´ll be OK. Life is like a box of chocolates.
- I suppose you could call it a philosophy.
- It´s true, though. I´ve learned it from experience.¨

Extracted from the book Norwegian Wood, by Haruki Murakami.

Excesso de pensamento

Doido é assim mesmo!

Parênteses

(Minha vida está entre parênteses).

03/03/2005

Ponte

Quero sair daqui,
chegar nalgum lugar.
São tantas as estradas...
Que rumo seguir?
Preciso de energia pra construir uma ponte.
Firme, bela, segura.
A quero em sentido único,
pra nao haver volta.
Ele, de mão dupla,
buscando o máximo rendimento.

Distância

De um metro de mim pra fora: o mundo.
De um metro pra dentro: acesso restrito.

Colcha de retalhos

Sou como uma colcha de retalhos (inacabada). Vou crescendo a medida que a mim se incorporam pedacinhos das pessoas e lugares que vão cruzando o meu caminho. Alguns dias, de cores vibrantes; outros, mais desbotada, porém sempre buscando preencher as minhas lacunas com novas estampas e cores.